Foto: Cristiano Mariz
A Justiça Federal do Paraná afirmou, por meio de nota, que o delegado da Polícia Federal responsável por conduzir as investigações sobre o plano de uma facção contra o senador Sergio Moro (União-PR) foi quem solicitou a retirada do sigilo do processo. A Justiça Federal paranaense afirmou que o pedido de retirada integral do sigilo foi protocolado nos autos do processo pelo delegado, cujo nome não foi divulgado, às 14h de quinta-feira, dia 23 de março.
No entanto, afirma o texto encaminhado à imprensa, a juíza federal Gabriela Hardt decidiu manter o “nível de sigilo 1”, que autorizou a divulgação apenas das representações policiais e das decisões que autorizaram as prisões e as buscas, bem como o termo de audiência de custódia.
O texto enviado à imprensa diz também que a decisão da juíza se deu “por cautela” e “segurança dos investigados e vítimas”. Na quinta, a Justiça Federal do Paraná divulgou documentos do caso afirmando que a magistrada autorizou o encaminhamento dos mesmos “considerando a repercussão que o presente caso vem tendo na mídia”. O resto do processo em si, porém, continua em sigilo. A magistrada, que substituiu Moro à frente da Vara que cuida dos processos da Lava-Jato, em 2018, determinou a divulgação das informações após Lula falar que tratava-se de uma “armação” de Moro.
A papelada tornada pública traz alguns detalhes sobre o plano de atentados contra o ex-juiz da Lava-Jato e o promotor do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) Lincoln Gakiya, que investiga o grupo criminoso há quase duas décadas. Entre as fotos anexadas às decisões prisão e busca e apreensão estão anotações com dados pessoais do senador, da esposa — a deputada federal Rosangela Moro (União-SP) — e dos filhos do casal, além de informações sobre a contabilidade relativa ao plano contra o senador.
A retirada do sigilo foi alvo de críticas do ministro das Comunicações no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Pimenta, que questionou os motivos por trás da decisão da juíza.
“Uma juíza retirar o sigilo de um inquérito sensível e perigoso que ainda está em curso, sem combinar com a PF que está no comando da investigação ajuda no que? Tudo isso para ajudar a narrativa de um amigo? Vocês acham normal? Não se indignam?”, escreveu o ministro em sua conta no Twitter.
O chefe da Secom ainda justificou que o inquérito é importante, envolve uma “perigosa organização criminosa” e não pode ser “capturado por interesses pessoais de ninguém”: “Polícia Federal, MP e Poder Judiciário são instituições do Estado”, completou.
O Globo
Fonte ; Blog do BG
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