30 julho 2025

Trump impõe tarifa de 50% a produtos brasileiros, mas laranja, celulose e Embraer ficam de fora

Depois de semanas de tensão e expectativa, o governo dos Estados Unidos confirmou nesta quarta-feira (30) a aplicação de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump no início de julho, causou apreensão em setores produtivos do Brasil. A boa notícia é que alguns itens importantes da nossa pauta de exportações ficaram de fora – como o suco de laranja, a celulose e os aviões da Embraer.

O decreto oficial, que entra em vigor em sete dias, traz 694 exceções à nova tarifa. Mesmo assim, setores de peso como o café, as carnes e frutas tropicais não escaparam da taxação e agora terão que lidar com um aumento total de 50%, o que pode comprometer severamente a competitividade desses produtos no mercado norte-americano.

Segundo uma estimativa da consultoria Leme, cerca de 41% das exportações brasileiras para os EUA ficaram livres da nova tarifa – o que representa US$ 8,2 bilhões de um total de US$ 20 bilhões exportados entre janeiro e junho deste ano. No entanto, os outros 59% (US$ 11,8 bilhões) dos produtos brasileiros serão impactados.

Especialistas alertam para os efeitos negativos. Para o ex-secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, a nova tarifa é “muito alta” e coloca o Brasil em desvantagem. “É uma situação pior do que a enfrentada por países como Japão e Europa, que receberam uma taxação de apenas 15%. A carne, por exemplo, deve perder espaço frente a concorrentes”, disse.

Já o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, avaliou que o impacto econômico, embora relevante, não é o pior cenário possível. Segundo ele, o governo ainda vai analisar com mais profundidade os detalhes da medida antes de tomar alguma ação.

Enquanto isso, setores que escaparam da tarifa comemoram. O diretor executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, que representa os exportadores de suco de laranja, disse ter recebido a notícia “com alívio e responsabilidade”.

Para os produtores brasileiros que dependem das exportações para os Estados Unidos, o momento agora é de se reorganizar e buscar saídas diante das novas barreiras comerciais.

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