Foi instalada nesta quarta-feira (20) a comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que vai investigar as fraudes no INSS. Seus integrantes elegeram o senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente. O relator será o deputado Alfredo Gaspar (União-AL). O vice-presidente será escolhido na próxima reunião. A CPMI terá 180 dias para investigar os descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.
A disputa para a presidência dos trabalhos da CPMI ficou entre os senadores Carlos Viana, nome defendido pela oposição ao governo, e que recebeu 17 votos, e o senador Omar Aziz (PSD-AM), representando a base governista, que obteve 14 votos. A eleição foi conduzida pela senadora Tereza Cristina (PP-MS).
Isenção
Carlos Viana disse que sua candidatura foi levantada nos últimos dias, após sentir o desejo entre os membros de que as investigações “tragam respostas e cumpram com o papel delas”. Ele disse que sua atuação será pautada na isenção, buscando identificar os responsáveis e que eles sejam responsabilizados. Além disso, Viana disse que a CPMI deve propostas para impedir novas práticas criminosas como a que ocorreu.
— A população espera muito de nós e, eu tenho certeza, que nós não vamos decepcionar o nosso Brasil. Quero deixar claro que não existe esse governo, o governo anterior. Não há aqui o desejo de prejudicar quem quer que seja que esteja na responsabilidade do INSS nos dias atuais ou nos dias passados. Quem está aqui é um presidente eleito que quer esclarecer o que aconteceu, pedir a punição dos culpados e, principalmente, gerar novos projetos e políticas que permitam a repetição de um momento tão vergonhoso para o Brasil como o desvio de dinheiro de aposentados e pensionistas — disse o senador, dizendo esperar uma "investigação séria e isenta".
Ainda de acordo com o presidente da CPMI, todos os requerimentos de convocação, sendo de interesse da investigação, serão colocados em votação, “independentemente do nome, da origem ou do cargo que ocupe”. Ele disse que os depoentes terão assegurados “a mais ampla liberdade e o respeito do grupo”.
Já o senador Omar Aziz desejou boa sorte ao presidente. Ele disse esperar que o trabalho seja conduzido com isenção e sem pré-julgamentos.
— É uma disputa democrática que ganha quem tem mais voto. Quero desejar sorte ao senador Carlos Viana e que ele possa fazer um trabalho digno da história dele, não só como jornalista, mas como parlamentar de Minas — disse.
Relator
Logo após sua eleição como presidente, Carlos Viana indicou como relator o deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
— Estou me ancorando numa grande experiência curricular daquele que, em toda a vida, se dedicou a proteger a Constituição. É um representante do Ministério Público, hoje parlamentar, que eu tenho certeza que vai fazer um grande trabalho e atender de forma muito equilibrada a todos os senhores deputados e deputadas — afirmou o presidente da CMPI.
Em entrevista à imprensa, Alfredo Gaspar afirmou que pretende conduzir uma investigação ampla, para responsabilizar os culpados e "recuperar a confiança da população nas apurações do Parlamento".
— O povo está muito desacreditado nas investigações do Parlamento. Nós temos que fazer diferente, [...] uma investigação séria — disse o deputado.
Investigações
Durante a reunião de instalação os parlamentares enfatizaram a necessidade dos trabalhos serem conduzidos de forma isenta e apartidária. Na visão dos parlamentares de oposição ao governo, a escolha de Carlos Viana e Alfredo Gaspar indicam que o processo de investigação não será limitado a qualquer campo político.
Leia mais essa noticia no Portal dp Senado Federal, VEJA AQUI
Nenhum comentário:
Postar um comentário