18 setembro 2025

'Demita um extremista'? Estudo mostra que empresários contratam funcionários alinhados politicamente


O movimento “demita um extremista”, que ganhou força nas redes sociais após o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk nos Estados Unidos, dificilmente terá grande impacto no Brasil.

Uma pesquisa realizada em 2022 por economistas da Universidade de Chicago, FGV e Northwestern, com dados de 87 milhões de trabalhadores e 7,5 milhões de empresas brasileiras, concluiu que empresários no país tendem a contratar, promover e pagar salários melhores a funcionários politicamente alinhados a eles. Segundo o estudo, um trabalhador filiado ao mesmo partido do empregador teria de 48% a 72% mais chances de ser contratado.

Nos EUA, empresas chegaram a demitir profissionais que fizeram postagens comemorando a morte de Kirk, conhecido apoiador de Donald Trump. No Brasil, após a repercussão, uma campanha semelhante chegou a ser iniciada no X (antigo Twitter), com apoio do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), mas acabou entrando na mira do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Com a polarização política cada vez mais acentuada, o tema reacende o debate sobre discriminação política no ambiente de trabalho, o tema já é estudado por economistas há décadas. Após a morte de Charlie Kirk, alguns empresários passaram a usar as redes sociais para alertar sobre os riscos de contratar extremistas. De acordo, com alguns na internet o excesso de agressividade pode não apenas comprometer os negócios, mas também afetar a convivência e a segurança dentro das empresas. Publicações comemorando a morte de alguém ou incentivando ataques a adversários são cada vez mais vistas como sinais de alerta. Por isso, muitos empregadores afirmam estar mais atentos ao perfil e ao comportamento dos candidatos antes de contratá-los.

No estudo intitulado "Politics at Work" (Política no Trabalho) economistas da Universidade de Chicago, da FGV (Fundação Getulio Vargas) e da Northwestern analisaram dados de 87 milhões de trabalhadores e 7,5 milhões de empresas entre 2002 e 2019.


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