20 setembro 2025

Eduardo Bolsonaro e Silas Malafaia atacam relator do PL da Anistia — e o país segue debatendo o perdão

O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) foi confirmado como relator do Projeto de Lei da Anistia na Câmara, em uma decisão que reacendeu o debate sobre o alcance do perdão proposto e a estratégia política por trás do texto. 

Desde que assumiu a relatoria, Paulinho sinalizou uma mudança de rumo: em vez de propor uma anistia total, passou a defender uma solução de dosimetria — redução de penas — e teve encontros com líderes políticos como Aécio Neves e o ex-presidente Michel Temer para negociar o texto. O movimento preocupa quem defende que a anistia seja ampla e sem amarras. 

A postura de Paulinho gerou reação imediata na direita: Eduardo Bolsonaro, que está morando nos Estados Unidos, criticou duramente o que chamou de proposta “indecorosa”, reafirmando que a anistia ampla, geral e irrestrita não está em negociação para ele. Eduardo disse que não aceita acordos que, na visão dele, traem a luta pela liberdade e pela Justiça para os aliados condenados. 

Do lado religioso e conservador, o pastor Silas Malafaia também atacou Paulinho e criticou qualquer tentativa de submeter o Congresso a acordos com o Judiciário ou o Executivo sobre o tema, lembrando que a Constituição atribui ao Congresso a competência para conceder anistia. As críticas apontam para a percepção de que se busca um meio-termo que enfraquece a ideia de perdão amplo. 

Paulinho, por sua vez, tem defendido que o atual texto trata de redução de penas para os envolvidos nos episódios de 8 de janeiro de 2023 e não de uma anistia irrestrita — argumento usado por quem quer evitar impasses com o STF e buscar “pacificação”. Esse recuo técnico, contudo, é exatamente o motivo pelo qual muitos — inclusive neste Blog — insistem que só uma anistia ampla e sem critérios seletivos resolve de vez essa crise política. 

Comentário Sidney Araújo: Diante de manobras e negociações que tentam transformar anistia em “dosimetria”, a clareza é essencial: ou se concede anistia ampla, geral e irrestrita — cortando o nó político e restaurando a paz social — ou continuaremos a ver acordos de bastidor que apenas empurram o problema para frente, deixando feridas abertas na sociedade. 

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