Enquanto o Brasil escolheu seguir com o governo Lula e um discurso voltado à esquerda, diversos países da América do Sul caminham em direção contrária, optando por lideranças conservadoras e liberais. A recente vitória do presidente argentino Javier Milei nas eleições de meio de mandato reforça essa guinada regional.
Com apoio de Donald Trump, Milei consolidou uma vitória histórica no último domingo (27), quando seu partido A Liberdade Avança obteve quase 41% dos votos, superando em mais de nove pontos a coalizão de esquerda ligada à ex-presidente Cristina Kirchner, condenada por corrupção.
“Uma nova Argentina começou”, declarou Milei, celebrando o resultado que lhe garantiu uma base mais sólida no Congresso.
Milei fortalece base e ganha fôlego para reformas
O partido A Liberdade Avança mais que dobrou o número de deputados — de 37 para 92 — e ampliou sua representação no Senado, de 6 para 19 cadeiras. Embora ainda não detenha a maioria absoluta, Milei conquistou mais de um terço do Congresso, número suficiente para impedir a derrubada de vetos presidenciais e facilitar a tramitação de suas propostas de reforma fiscal e trabalhista.
Os novos parlamentares tomarão posse em 10 de dezembro, marcando o início da segunda metade do mandato do presidente, que completa dois anos em dezembro.
Desencanto com a esquerda e esperança de mudança
O resultado das urnas expressa o desencanto dos argentinos com décadas de kirchnerismo e peronismo, períodos marcados por inflação alta e crise econômica. Sob Milei, o país começa a reduzir seus índices inflacionários e tenta recuperar a confiança internacional, sinalizando uma mudança estrutural.
Enquanto Argentina, Bolívia e Paraguai buscam se afastar de projetos socialistas e resgatar políticas de livre mercado, o Brasil segue na direção contrária, insistindo em um modelo estatal que muitos consideram ultrapassado.
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