Oposição busca protagonismo com temas da vida real, em especial a segurança pública
Com a crise no Rio de Janeiro, governadores de direita voltaram a discutir uma nova tentativa de articulação política nacional, buscando se afastar da pauta da anistia e concentrar esforços em temas de impacto direto na vida da população, especialmente segurança pública.
Segundo aliados e interlocutores desse grupo, o episódio abriu espaço para uma reaproximação entre os governadores, que veem na segurança um tema de alto apelo popular e uma oportunidade para se diferenciar no cenário político.
A movimentação tem à frente Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, que conduziram dois encontros recentes. O primeiro, de caráter mais reservado, foi articulado por Zema e contou com a participação de Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; e Mauro Mendes (União Brasil), de Mato Grosso.
Entre os participantes, três são apontados como possíveis presidenciáveis — com Tarcísio sendo o único a negar essa intenção, reafirmando que pretende disputar a reeleição em seu estado.
Já o segundo encontro foi promovido por Jorginho Mello, no Rio de Janeiro, com a presença de Cláudio Castro (PL). O objetivo foi discutir ações conjuntas de apoio ao governo fluminense e a formulação de medidas para enfrentar a escalada da violência no estado.
Os governadores e seus aliados defenderam publicamente a operação policial no Rio, que resultou na morte de ao menos 119 pessoas — a mais letal da história do estado.
Em resposta, o presidente do PT, Edinho Silva, criticou o tom político do movimento:
“É lamentável que governadores, na saga de atacar o presidente Lula, montem palanque sobre os corpos de centenas de mortos e façam comício sobre as lágrimas de mães que ainda não enterraram seus filhos”, afirmou.
Em contraponto, aliados dos governadores sustentam que a operação foi necessária e planejada:
“Não será com politicagem que vamos derrotar o crime organizado, e sim com competência, como foi feito na operação Carbono Oculto”, declarou um dos defensores da ação.
Apesar da sintonia nos discursos, assessores próximos admitem que ainda há incertezas sobre desdobramentos práticos da nova aliança, já que nem todos os governadores estão igualmente engajados nesse movimento de articulação.
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