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| Fachada de agência dos Correios em São Paulo (SP) - Rafaela Araújo - 12.set.25/Folhapress |
Prejuízos crescentes desde 2022
Depois de registrar um lucro recorde de R$ 3 bilhões em 2021, os Correios voltaram ao prejuízo no ano seguinte. Desde então, o balanço só piorou:
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2022: déficit de R$ 767 milhões
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2023: déficit de R$ 633 milhões
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2024: rombo dispara para R$ 2,6 bilhões, o maior desde 2016
Além da queda nas receitas — que ficaram em R$ 18,9 bilhões —, os custos avançaram quase 5%, puxados por despesas com pessoal, processos judiciais e precatórios. A queda nas encomendas internacionais, agravada pela “taxa das blusinhas”, também reduziu o volume de entregas.
Rombo em 2025 pode chegar a R$ 10 bilhões
A situação financeira continua deteriorando. Só no primeiro semestre de 2025, o prejuízo já chegou a R$ 4,4 bilhões, e a projeção oficial indica que o rombo deste ano pode alcançar R$ 10 bilhões.
Sem apoio financeiro, o cenário para os próximos anos é ainda mais preocupante:
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2026: risco de déficit de R$ 20 bilhões
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2029: rombo extremo pode chegar a R$ 70 bilhões, levando a estatal à beira da falência e até demissões em massa.
Empréstimo de R$ 20 bilhões vira impasse
Para tentar recuperar o caixa, os Correios estão buscando um empréstimo de R$ 20 bilhões, mas a operação virou motivo de disputa no mercado financeiro.
Na primeira negociação, um grupo formado por Banco do Brasil, BTG, Citibank e ABC Brasil aceitou financiar o valor — porém com juros considerados altos, mesmo com garantia do governo federal.
Os bancos pediram 136% do CDI, enquanto o Tesouro Nacional estabeleceu um teto de 120% do CDI para operações de longo prazo com garantia soberana.
Para evitar pagar juros muito acima do permitido, a direção da estatal decidiu fatiar o empréstimo em várias operações, tentando atrair outras instituições e reduzir o custo total.
Futuro incerto
Sem novas fontes de recursos e com despesas aumentando mais rápido que a receita, os Correios enfrentam um dos momentos mais críticos de sua história. O modelo atual dá sinais de esgotamento, e a estatal depende de decisões urgentes para evitar um colapso financeiro nos próximos anos.

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