24 junho 2025

Mesmo fragmentada, direita pode vencer em 2026, diz cientista político — com base em entrevista ao Estadão

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o cientista político Christopher Garman afirmou que a direita brasileira tem chances reais de vencer as eleições presidenciais de 2026, mesmo que entre dividida no primeiro turno. Para ele, o sentimento antissistema ainda está presente em boa parte do eleitorado e será um fator determinante no pleito.

Garman, que é diretor-executivo para as Américas da consultoria americana Eurasia Group, tem um histórico de acertos em análises políticas. Em 2018, foi um dos poucos a prever, com antecedência, a vitória de Jair Bolsonaro. Já em 2014, após a reeleição da então presidente Dilma Rousseff, antecipou a crise que levaria ao seu impeachment dois anos depois.

Sobre 2026, o cientista político acredita que uma eventual fragmentação da direita no primeiro turno não deve ser vista como um obstáculo intransponível.

“A percepção de que essa fragmentação diminuiria as chances de vitória da oposição está muito exagerada”, declarou. “Mesmo com mais de um nome no campo da direita, ainda haverá tempo suficiente para fortalecer qualquer candidato oposicionista que avance ao segundo turno.”

Garman também comentou sobre as chances de uma candidatura do chamado “centro democrático”, e afirmou que, para ter alguma viabilidade, esse campo político precisa ir além do discurso contra a polarização. Segundo ele, será necessário dialogar com o sentimento antissistema que continua forte no país.

A análise traz um olhar estratégico para o cenário eleitoral e reforça que o jogo está aberto — e que a disputa de 2026 será marcada, mais uma vez, por forças que vão além das alianças partidárias tradicionais.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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