Fonte: texto base da Gazeta do PovoO presidente do Senado e do Congresso,
Davi Alcolumbre, cumprimenta Lula
durante encontro em abril.
(Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal)
O Congresso Nacional vem aprovando medidas que ampliam em bilhões os gastos do governo Lula (PT). Programas sociais, flexibilizações fiscais e novas iniciativas estão sendo usados como um verdadeiro “kit reeleição”, mirando tanto os mais pobres quanto a classe média.
Mas, como sempre, a conta não será paga pelo governo: será paga pelo eleitor.
Segundo a Gazeta do Povo, esse aumento de despesas pressiona ainda mais as já frágeis contas públicas, o que pode gerar juros altos, inflação acelerada e mais impostos. Hoje, a carga tributária já é a maior desde 2010, alcançando 32,3% do PIB, conforme dados do Tesouro Nacional.
A economia no limite
Atualmente, o Banco Central mantém a taxa Selic em 15% ao ano — o maior nível desde 2006 — para tentar segurar a inflação. E, pelo cenário descrito na ata do Copom (Comitê de Política Monetária), essas taxas não devem cair tão cedo.
Isso significa que, enquanto o governo injeta mais dinheiro em programas sociais e amplia gastos, os brasileiros convivem com crédito caro, economia travada e impostos cada vez maiores.
Popularidade em queda
As medidas também são uma resposta à estagnação da popularidade de Lula. Pesquisa Genial/Quaest divulgada em setembro mostrou o presidente com 46% de aprovação e 51% de desaprovação.
As três frentes do “kit reeleição”
O plano do governo se organiza em três eixos:
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Expansão dos programas sociais para garantir o voto da população de baixa renda;
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Mudanças tributárias que redistribuem renda de forma politicamente conveniente, beneficiando parte da classe média;
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Flexibilizações fiscais para abrir espaço no orçamento e bancar a operação.
Bolsa Família: de complemento a alternativa ao trabalho
O maior destaque é o Bolsa Família, que passou por forte expansão em 2023. Hoje, o programa paga em média R$ 682 por família, alcançando 18,1 milhões de domicílios. O orçamento anual disparou de R$ 35 bilhões em 2019 para R$ 170 bilhões em 2024, um crescimento de quase 400%.
A estrutura do programa garante piso de R$ 600, mais adicionais para crianças e gestantes, o que beneficia especialmente famílias maiores no Norte e Nordeste.
No entanto, especialistas alertam para os efeitos colaterais. Segundo Daniel Duque, da FGV Ibre, “para cada duas famílias que recebem o Bolsa Família, uma sai da força de trabalho”. Ou seja, o programa deixou de ser apenas um complemento de renda e virou uma alternativa ao trabalho, especialmente para jovens entre 14 e 30 anos.
Conclusão
Com esse cenário, o que o Congresso chama de política social pode estar funcionando mais como um projeto eleitoral. O “kit reeleição” de Lula pode até garantir votos, mas quem vai pagar a conta será o povo brasileiro, com mais impostos, inflação e menos oportunidades de emprego.
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