Foto: JOSE LUCENA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
As decisões dos governos da Argentina e do Paraguai de enquadrar o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como grupos terroristas vêm fortalecendo o discurso da direita no Brasil. Parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) querem seguir o mesmo caminho no Congresso, o que acendeu o alerta no Planalto sobre o risco de abrir brechas para ações e influências dos Estados Unidos.
Em entrevista à rádio ABC Color, o ministro da Defesa paraguaio, Óscar González, afirmou que a medida dará “respaldo jurídico” às Forças Armadas para agir contra as facções na fronteira com o Brasil. Já na Argentina, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, chamou as organizações de “narcoterroristas” e anunciou reforço militar na fronteira. Ambos os governos, alinhados a Washington, justificam a ação como parte do combate internacional ao narcotráfico.
A direita brasileira quer incorporar o mesmo enquadramento à Lei Antiterrorismo, de 2016, ampliando penas e poder de investigação contra grupos que controlem territórios — como CV e PCC. A proposta é apoiada pelo deputado licenciado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de Segurança de São Paulo, e pode chegar à Câmara ainda neste mês. O Planalto, porém, teme que a medida sirva de pretexto para interferências externas.
Lideranças petistas, como Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias, reagiram com críticas, afirmando que a equiparação “compromete a soberania nacional” e atende a “interesses eleitoreiros”. O presidente Lula, que já alertou na ONU para o “perigo de confundir crime com terrorismo”, defende cooperação internacional sem abrir espaço para intervenções estrangeiras.
Com informações do O Globo
Fonte > Blog do BG